Dieta rica em alimentos fermentados x rica somente em fibras

Fonte: Escola de Medicina de Stanford
Autores: Hannah C. Wastyk; Gabriela Fragiadakis, PhD / Em 12 de julho 2021
Tradução especial para Doce Limão: Professional Translations 

Uma dieta rica em alimentos fermentados aumenta a diversidade de micróbios intestinais e diminui os sinais moleculares de inflamação, de acordo com pesquisadores da Escola de Medicina de Stanford. 

Em um ensaio clínico, 36 adultos saudáveis ​​foram aleatoriamente designados para uma dieta de 10 semanas que incluía alimentos fermentados ou ricos em fibras. As duas dietas resultaram em efeitos diferentes no microbioma intestinal e no sistema imunológico. 

Consumir alimentos como iogurte, kefir, queijo cottage fermentado, kimchi e outros vegetais fermentados, bebidas de salmoura de vegetais e chá de kombucha levou a um aumento na diversidade microbiana geral, com efeitos mais intensos quando foram usadas porções maiores.  

"Esta é uma descoberta impressionante", disse Justin Sonnenburg, PhD, professor associado de microbiologia e imunologia. "Isto fornece um dos primeiros exemplos de como uma simples mudança na dieta pode remodelar em forma reproduzível a microbiota em uma corte de adultos saudáveis”. 

Além disso, quatro tipos de células do sistema imunológico mostraram menos ativação no grupo que consumiu os alimentos fermentados. Os níveis de 19 proteínas inflamatórias medidos em amostras de sangue também diminuíram. Uma dessas proteínas, a interleucina 6, tem sido associada a doenças como artrite reumatoide, diabetes tipo 2 e estresse crônico. 

"Dietas direcionadas à microbiota podem alterar o estado imunológico, proporcionando um caminho promissor para diminuir a inflamação em adultos saudáveis", disse Christopher Gardner, PhD, Professor e diretor de estudos de nutrição do Centro de Pesquisa de Prevenção de Stanford.  

"Esta descoberta foi consistente em todos os participantes do estudo que foram designados para o grupo que consumiu alimentos fermentados em maior quantidade”. 

Diversidade microbiana estável em dieta rica em fibras 

Em contraste, nenhuma dessas 19 proteínas inflamatórias diminuiu em participantes designados a uma dieta somente rica em fibras, legumes, sementes, grãos integrais, nozes, vegetais e frutas.  

Em média, a diversidade de seus micróbios intestinais também permaneceu estável. "Esperávamos que o alto teor de fibra tivesse um efeito benéfico universal e aumentasse a diversidade da microbiota", disse Erica Sonnenburg, PhD, pesquisadora sênior em ciências básicas da vida, microbiologia e imunologia.  

"Os dados sugerem que o aumento da ingestão de fibras por si só em um curto
período de tempo é insuficiente para aumentar a diversidade da microbiota".
O estudo foi publicado online em 12 de julho na Cell . 

Justin e Erica Sonnenburg e Christopher Gardner são co-autores seniores. Os autores principais são Hannah Wastyk, uma estudante de doutorado em bioengenharia e ex-bolsista de pós-doutorado e Gabriela Fragiadakis, PhD, professora assistente de medicina na UC-San Francisco. 

Um amplo conjunto de evidências demonstrou que a dieta modela o microbioma intestinal, o que pode afetar o sistema imunológico e a saúde geral. De acordo com Gardner, a baixa diversidade do microbioma tem sido associada à obesidade e diabetes. 

"Queríamos realizar um estudo de prova de conceito que pudesse testar se os alimentos direcionados à microbiota poderiam ser um recurso para combater o aumento esmagador de doenças inflamatórias crônicas", disse Gardner. 

Os pesquisadores se concentraram em fibras e alimentos fermentados devido a relatórios anteriores sobre seus potenciais benefícios à saúde. Embora as dietas ricas em fibras tenham sido associadas a taxas mais baixas de mortalidade, o consumo de alimentos fermentados pode ajudar na manutenção do peso e pode diminuir o risco de diabetes, câncer e doenças cardiovasculares. 

Os pesquisadores analisaram amostras de sangue e fezes coletadas durante um período pré-teste de três semanas, com 10 semanas da dieta e um período de quatro semanas após a dieta, quando os participantes se alimentaram livremente. 

As descobertas pintam um quadro variável da influência da dieta sobre os micróbios intestinais e o estado imunológico.  

Os participantes que aumentaram o consumo de alimentos fermentados mostraram efeitos semelhantes na diversidade do microbioma e marcadores inflamatórios, consistentes com pesquisas anteriores mostrando que mudanças de curto prazo na dieta podem alterar rapidamente o microbioma intestinal.  

Por outro lado, a mudança limitada no microbioma dentro do grupo rico em fibras se encaixa nos relatórios anteriores dos pesquisadores que relatam uma adaptação geral do microbioma humano em curtos períodos de tempo. 

Projetando um conjunto de estratégias dietéticas e microbianas 

Os resultados também mostraram que a maior ingestão de fibra levou a mais carboidratos nas amostras de fezes, apontando para a degradação incompleta da fibra pelos micróbios intestinais.  

Essas descobertas são consistentes com outras pesquisas que sugerem que o microbioma das pessoas que vivem no mundo industrializado está esgotado de micróbios que degradam as fibras. 

“É possível que uma intervenção mais longa tivesse permitido que a microbiota se
adaptasse adequadamente ao aumento do consumo de fibra”, disse Erica Sonnenburg.  

"Alternativamente, a introdução deliberada de micróbios consumidores de fibra pode ser necessária para aumentar a capacidade da microbiota de quebrar carboidratos." 

Além de explorar essas possibilidades, os pesquisadores planejam realizar estudos em camundongos para investigar os mecanismos moleculares pelos quais as dietas alteram o microbioma e reduzem as proteínas inflamatórias.  

Eles também têm como objetivo pesquisar se os alimentos fermentados e ricos em fibras entram em sinergia para influenciar o microbioma e o sistema imunológico dos humanos.  

Outro objetivo é examinar se o consumo de alimentos fermentados diminui a inflamação ou melhora outros marcadores de saúde em pacientes com doenças imunológicas e metabólicas, em mulheres grávidas e em idosos. 

"Existem muitas outras maneiras de direcionar o microbioma com alimentos e suplementos, e esperamos continuar investigando como diferentes dietas, probióticos e prebióticos, afetam o microbioma e a saúde em diferentes grupos", disse Justin Sonnenburg.

(*) Fernando Trucco, Professional Translations. Reprodução permitida, desde que citada a fonte e o tradutor.


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 (Instagram: @conceicaotrucom) é química, pesquisadora, palestrante e escritora sobre temas voltados para alimentação natural, bem-estar e qualidade de vida. Possui 10 livros publicados, entre eles O Poder de Cura do Limão (Editora Planeta), com meio milhão de cópias vendidas, Mente e Cérebro Poderosos (Pensamento-Cultrix) e Alimentação Desintoxicante (Editora Planeta).

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