Conceição Trucom

FOME não é apenas UMA vontade ou sensação, e são muitos os tipos de fome. Lembrando que Fome é a necessidade fisiológica de comer e não está relacionada a alimentos determinados. Já o apetite é o desejo de comer algum alimento específico.

Lembrar também que comer antigamente era bem semelhante ao alimentar-se, que significa nutrir-se. Após a industrialização dos alimentos (anos 50 popularizou e não parou mais), comer pode ser colocar qualquer coisa goela abaixo e não necessariamente alimentar-se e nutrir-se. Faço este alerta porque será importante para entendermos a FOME na sua essência do instinto de sobrevivência e perpetuação da espécie.

Mais um alerta importante: nutrir-se NÃO É O MESMO que assimilar. Porque muitas vezes podemos estar consumindo alimentos de verdade, mas por algum problema (fisiológico, genético ou de combinação ou balanceamento), a digestão não acontece na sua eficiência ou potência, e a assimilação se torna parcial ou nula, gerando graves consequências como subnutrição, desmineralização, avitaminoses, doenças crônicas e até morte se prolongado.

Na modernidade é comum confundirmos a sensação de fome com outros sentimentos que afetam nosso estômago, como ansiedade ou estresse. Se não estamos atentos, na fome ansiosa, a compulsão irá buscar por mais açúcar e gordura, desencadeando um círculo vicioso de comer para compensar os desafios emocionais.

Antes de começarmos a enumerar, desejo ressaltar que na origem somos seres primitivos e coletores. Nosso cérebro era preponderantemente reptiliano, quando a força dos instintos de sobrevivência, ocupavam a maior parte do nosso cérebro. Neste momento os cognitivos eram a nossa potência de ataque e defesa. Portanto, na origem nosso olfato, visão e audição eram extremamente FUNCIONAIS: para a coleta, para ativar nossas fomes, para nos prevenir de ataques ou ingestão de alimentos venenosos.

Com a evolução, passamos a ter mais 2 cérebros:

- O límbico, muito responsável pelas nossas emoções, sentimentos, relações interpessoais e familiares.
- O neo-córtex para pensarmos na linha do tempo, potencializar planos, metas, sonhos e horizontes.

Voltando para o TEMA, desejo ressaltar que com a chegada da modernidade, e principalmente da agricultura e da indústria alimentícia, perdemos muito da função olfato, visão e audição, e o paladar + tato, se perderam muito com a chegada dos alimentos refinados, processados e ultra-processados. Portanto, nas FOMES que vamos listar a seguir, em muitos de nós (diria na grande maioria), podem ter chiados e interferências, nos enganando bastante quanto às FOMES mais fisiológicas, conforme bem relatado nos estudos realizados por 30 anos pelos cientistas australianos David Raubanheimer e Stephen J. Simpson sobre as 5 FOMES FISIOLÓGICAS. 

Leia na íntegra O que diz a teoria de que temos 5 FOMES

“Temos 9 tipos de fome, que são a fome do olho, da boca, do nariz, do tato, do ouvido, do estômago, das células, da mente e do coração”, declara a nutricionista Luiza Camargo. O problema é que muitas vezes as pessoas não sabem como discernir entre elas e acabam por negligenciar o que realmente o corpo precisa.

Entrevista da nutricionista Luiza Camargo ao portal NAMU

A fome dos olhos é aquela estimulada pela visão, é olhar para aquele prato bonito e pensar: “nossa, deve estar muito bom”.

A fome da boca é aquela em que precisamos sentir o alimento, sua textura, seu sabor.

Provavelmente você já ouviu alguém falar que não gosta de determinado alimento porque o cheiro não é muito agradável. A fome do nariz é assim, é sentir a comida pelo cheiro, é isso que irá te conquistar.

A fome do tato é ter que tocar no alimento para senti-lo, exemplo comer um pedaço de pizza. Ou dos sanduíches...

A fome do ouvido é aquela que é instigada pelo som, pelo som dos alimentos ao mastiga-los.

A fome do estômago é quando você consegue escutar o ruído que o órgão faz, mas não se engane, nem sempre o que você está sentindo pode vir do estômago. É preciso estar atento para discernir se é mesmo fome, já que problemas como a ansiedade podem gerar sintomas parecidos no corpo.

A fome das células é quando o nosso corpo sabe que precisamos de determinados nutrientes, quando o corpo começa a apresentar alguns sintomas de deficiência.

A fome da mente é quando os pensamentos dominam nossa fome. Você não está com fome, mas a ansiedade faz com que coma tudo o que quiser.

Já a fome do coração é aquela emocional, que cria laços com algo, como a sua infância. Mais conhecida como fome afetiva.

Luiza Camargo: “O mindful eating vai trazer consciência para esses tipos de fome. Com as práticas, você vai experimentando e vivenciando. Isso vai trazendo a luz de perceber como lidar e agir em casa uma delas”, reforça Camargo. A prática constante de mindful eating ajuda a expandir a consciência do que você come e o motivo pelo qual come. Não é controlar o cardápio, mas deixar o indivíduo ciente do que coloca à boca.

IMPORTANTE DISTINGUIR Fomes fisiológicas das Fomes não fisiológicas (hedônica):

- A fisiológica, quando o corpo libera grelina — hormônio da fome — como um aviso de ele precisa de nutrientes;

- A hedônica, que está relacionada com o prazer e também a lembranças, como aquele pudim ou bolo que só a mãe ou avó sabe fazer. “É uma vontade de comer que não tem relação com o estômago vazio, mas, sim, com aspectos emocionais, com a busca pelo prazer que determinados tipos de alimentos, como os processados, podem liberar no organismo”, explica a endocrinologista Tassiane Alvarenga.

Leia também O que diz a teoria de que temos cinco fomes.


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Equipe NAMU - Entrevista: Luana Viegas - Cinegrafista: George Bento - Produção: Flávia Molina


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* Conceição Trucom
 (Instagram: @conceicaotrucom) é química, pesquisadora, palestrante e escritora sobre temas voltados para alimentação natural, bem-estar e qualidade de vida. Possui 10 livros publicados, entre eles O Poder de Cura do Limão (Editora Planeta), com meio milhão de cópias vendidas, Mente e Cérebro Poderosos (Pensamento-Cultrix) e Alimentação Desintoxicante (Editora Planeta).

Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações e citadas a autora e a fonte: www.docelimao.com.br